Gripe Aviária: estudos revelam transmissão para o gado
Nos últimos dois anos, o vírus H5N1, conhecido como gripe aviária, tem causado surtos sem precedentes em mamíferos. Uma nova pesquisa publicada na revista – Nature – revela uma transmissão inédita do vírus entre vacas, destacando a capacidade do H5N1 de atravessar barreiras entre espécies.
O estudo, que incluiu dados epidemiológicos e genômicos, identificou o primeiro caso documentado de transmissão eficaz do vírus de vaca para vaca. Isso ocorreu após o transporte de bovinos aparentemente saudáveis para uma nova instalação em outro local dos Estados Unidos. Esse achado evidencia uma forma não tradicional de contágio e sugere que o H5N1 pode infectar espécies mamíferas com mais eficiência do que anteriormente conhecido.
Além das implicações para o setor avícola, onde a gripe aviária já tem causado graves perdas, o H5N1 também está afetando outras espécies de mamíferos. Casos foram registrados em animais domésticos e selvagens, como gatos e raposas vermelhas. A propagação do vírus alcançou até regiões polares, com mortes de um urso polar no Ártico e pinguins-gentoo na Antártida.
No início de julho, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA confirmou o primeiro caso de gripe aviária em um humano no Texas, resultante do contato com gado infectado, e não diretamente com aves. Este evento marca uma nova preocupação sobre a transmissão do H5N1, tradicionalmente associado apenas ao contato com aves infectadas.
Os casos recentes reforçam o potencial zoonótico do vírus, acendendo um alerta para a necessidade de vigilância rigorosa. Desde 2021, o CDC registrou 11 casos humanos de gripe aviária, quatro dos quais resultaram de exposição a vacas leiteiras e sete a aves.