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Ales debate racismo recreativo no esporte

“O racismo recreativo na prática esportiva” foi o tema debatido pela Comissão de Turismo e Desporto, em reunião realizada na noite desta segunda-feira (3). O colegiado recebeu o advogado Sávio Andrey Faustino Eustáquio, que preside a Primeira Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva Unificado do Estado do Espírito Santo e também é diretor-presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Espírito Santo Esporte (CAA/ES), na seccional da OAB-ES.

A expressão “racismo recreativo” designa um tipo de opressão racial que, sob a forma de brincadeiras e piadas, constrange as vítimas. Sávio Faustino afirmou que “a arena esportiva é um antro de vários tipos de sentimentos. Os atletas estão ali para vender a sua arte, e o racismo no esporte é uma ação recreativa, deixando as vítimas consternadas”.

O advogado considerou como “algo absurdo” os comentários racistas feitos pelo público no jornalismo esportivo de televisão e afirmou que o esporte “pode ser o causador de abusos e preconceitos, pois a pessoa negra, para ser inserida nesse meio, só se for muito boa no que faz, principalmente no atletismo, em que vários atletas brasileiros foram medalhistas”.

Ex-jogador profissional no Espírito Santo, Faustino também falou sobre a manifestação do racismo na sociedade: “Uma pessoa se considera superior ao outro e, no Brasil, os racistas querem embranquecer a população, e temos que estudar bastante este tema, o colorismo, que discrimina não apenas negros, mas qualquer pessoa que não tenha a pele branca, como mulatos”, destacou.

“Se fala muito hoje em racismo estrutural, e o jogador Vinícius Júnior é vítima desta ação que condiciona as relações, e cito o Poder Judiciário como consequência, por ter a maioria de pessoas brancas”, opinou.

O advogado, que é negro, pontuou ainda que, diante das agressões, há vítimas que precisam de tratamento psicológico. Ele também deu o seu próprio testemunho de como o racismo afeta a vida das pessoas: “Quando me formei, iria apresentar um projeto na faculdade e a plateia era apenas de gente branca, e isso me travou e não consegui falar nada, mas avancei em relação a isso, pois já fui confundido na rua com pastor e até com funcionários de supermercados, e isso é um sentimento de menos valia”, contou.

O presidente da Comissão de Turismo e Desporto, Coronel Weliton (PRD), defendeu o combate rigoroso ao preconceito racial no esporte: “No Estado temos a política de combate ao racismo, e apoio qualquer ação que leve à punição dos autores desta prática criminosa”, afirmou, pontuando que “no esporte são alarmantes os casos de racismo” verificados em várias modalidades no país e no mundo.

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