Momento de Inclusão​

A dura vida de quem tem deficiência e vive no interior

Um dos principais obstáculos enfrentados pelas famílias no interior é a falta de estrutura e de profissionais capacitados para lidar com as necessidades específicas das pessoas com deficiência.
Fonte: Freepik

No Brasil, as famílias que têm pessoas com deficiência e vivem no interior enfrentam uma série de desafios para terem acesso ao atendimento e às políticas públicas necessárias para garantir o bem-estar e a inclusão dessas pessoas. As dificuldades são ainda mais acentuadas quando comparadas às famílias que residem em áreas urbanas, onde os serviços e recursos estão mais concentrados.

Um dos principais obstáculos enfrentados pelas famílias no interior é a falta de estrutura e de profissionais capacitados para lidar com as necessidades específicas das pessoas com deficiência. Muitas vezes, as cidades menores não contam com centros especializados, como clínicas de habilitação e reabilitação, escolas inclusivas e centros de assistência social. Isso faz com que as famílias tenham que percorrer longas distâncias para buscar atendimento adequado, o que gera custos financeiros e dificuldades logísticas, isso inclui a falta de serviços, tais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psiquiatras, psicólogos e neurologistas. Muitas famílias percorrem longas distâncias para serem atendidas na região metropolitana e ainda dependem do transporte da prefeitura, uma jornada exaustiva e desumana, sem contar o suporte que necessitam para alimentação.

Outro desafio enfrentado pelas famílias é a falta de acessibilidade nas cidades do interior. Esse problema, eu diria, é cultural. A ausência de rampas, calçadas adaptadas, transporte público acessível e espaços inclusivos dificulta a mobilidade e a participação social das pessoas com deficiência. Isso limita as oportunidades de estudo, desenvolvimento, trabalho e lazer, contribuindo para a exclusão e a marginalização dessas pessoas.

É fundamental que os governantes e gestores públicos reconheçam a importância de garantir o acesso igualitário aos serviços e recursos em todas as regiões do país. Um bom exemplo de programa de governo que pode viabilizar bons profissionais, especialistas, e fazer com que permaneçam atendendo nas cidades mais distantes do interior é o Mais Médicos. Esse é um modelo que cairia muito bem também no atendimento às pessoas com deficiência, idosos e pessoas que temporariamente têm sua mobilidade comprometida.

Para superar essas dificuldades, é necessário um esforço conjunto entre o poder público, a sociedade civil e as próprias famílias. É fundamental tirar essas pessoas e seus desafios vividos diariamente da invisibilidade. Muito importante também é a ampliação da oferta de políticas públicas e programas de apoio financeiro, garantindo o suporte necessário para todos os cuidadores, que têm papel vital no auxílio às pessoas com necessidades especiais.

É necessário um esforço conjunto para superar essas dificuldades e garantir que todas as pessoas, independentemente de onde vivam, tenham acesso igualitário aos serviços e recursos necessários para uma vida digna e inclusiva.

“A opinião deste colunista não reflete, necessariamente, a opinião da RedeTV! Espírito Santo.”

Jornalista, apresentador de tv, empresário, ativista social comprometido com a inclusão, Embaixador da Vitória Down, Idealizador da “Brigada 21”, a 1ª brigada nos bombeiros formada por pessoas com Síndrome de Down do país (quiçá do mundo), e do “Pelotão 21”, o primeiro pelotão do Exército Brasileiro formado por pessoas com Síndrome de Down. É diplomado pela ADESG – Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, no curso de Política e Estratégia, Comendador do 38° Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro e Embaixador, no Espírito Santo, do projeto “Empoderadas” da campeã mundial de Jiu-jítsu e referência nacional no enfrentamento à violência contra a mulher, Erica Paes (Empoderadas – RJ).

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