Momento de Inclusão​

“Pessoa com Deficiência” é a Terminologia Correta

A terminologia correta é um passo importante na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Fonte: IA

A sociedade moderna tem avançado significativamente em questões de inclusão, especialmente em relação às pessoas com deficiência. No entanto, a linguagem ainda desempenha um papel crucial na maneira como essas pessoas são percebidas e tratadas. Termos como PCD (Pessoas com Deficiência), PNE (Portadores de Necessidades Especiais) e PPD (Pessoas Portadoras de Deficiência) são usados de diferentes maneiras e contextos, mas compreender a terminologia correta é essencial para promover respeito e igualdade.

Primeiramente, é importante entender as origens e as implicações de cada termo. O termo PCD, que significa Pessoas com Deficiência, é o mais amplamente aceito e utilizado atualmente. Ele é recomendado pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU e reflete uma abordagem centrada na pessoa. Ao usar “Pessoas com Deficiência”, enfatizamos que a deficiência é apenas uma característica entre muitas que definem uma pessoa, evitando a desumanização.

Por outro lado, termos como PNE (Portadores de Necessidades Especiais) e PPD (Pessoas Portadoras de Deficiência) têm suas raízes em épocas passadas e, muitas vezes, carregam conotações negativas. “Portadores” sugere que a deficiência é algo externo que a pessoa carrega, quase como se fosse uma posse ou um fardo. Isso pode reforçar estigmas e diminuir a percepção de que as pessoas com deficiência têm o mesmo valor intrínseco que qualquer outra pessoa.

A linguagem não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas também um reflexo e um molde das atitudes sociais. Quando usamos termos inadequados ou desatualizados, estamos, mesmo que de forma inconsciente, perpetuando preconceitos e barreiras. Por isso, a escolha cuidadosa das palavras é um ato de respeito e inclusão.

A transição para termos mais inclusivos também se reflete em políticas públicas e legislações. No Brasil, a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) é um marco nesse sentido. Ela adota a terminologia “Pessoa com Deficiência” e estabelece diretrizes para garantir os direitos dessas pessoas em todos os aspectos da vida, desde a educação e o trabalho até o lazer e a cultura.

Além disso, a tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na inclusão de pessoas com deficiência. Ferramentas de acessibilidade, como leitores de tela e dispositivos de entrada alternativos, têm permitido que essas pessoas participem plenamente da sociedade digital. No entanto, para que essas tecnologias sejam verdadeiramente eficazes, é necessário que sejam desenvolvidas e implementadas com uma compreensão profunda das necessidades das pessoas com deficiência.

A educação também é uma área crítica para a inclusão. Garantir que as escolas sejam acessíveis e que os currículos sejam adaptados para atender às diversas necessidades dos alunos é essencial para promover a igualdade de oportunidades. Professores e administradores escolares devem ser treinados para reconhecer e valorizar as capacidades e os talentos de todos os alunos, independentemente de suas limitações físicas ou cognitivas.

No ambiente de trabalho, a inclusão de pessoas com deficiência traz benefícios não apenas para os indivíduos, mas também para as empresas. Diversidade no local de trabalho é conhecida por fomentar a inovação e a criatividade. Além disso, empregadores que adotam práticas inclusivas são mais propensos a atrair e reter talentos e a construir uma reputação positiva na comunidade.

Entretanto, a inclusão verdadeira vai além de políticas e tecnologia. Trata-se de criar uma cultura de empatia e respeito, onde todos os membros da sociedade são valorizados por suas contribuições únicas. Isso exige um esforço contínuo para desafiar e mudar atitudes e preconceitos profundamente enraizados.

A mídia e a representação cultural desempenham um papel crucial nessa transformação. Filmes, programas de TV e campanhas publicitárias que representam pessoas com deficiência de maneira positiva e realista ajudam a mudar percepções e a reduzir o estigma. Histórias de superação e sucesso podem inspirar e motivar, mas também é importante mostrar a vida cotidiana e os desafios que essas pessoas enfrentam.

Por fim, cada um de nós tem a responsabilidade de promover a inclusão em nossas próprias esferas de influência. Pequenas ações, como usar a terminologia correta, ser um aliado e defender os direitos das pessoas com deficiência, podem ter um impacto significativo. A inclusão não é um destino, mas uma jornada contínua que exige compromisso e ação de todos.

Em suma, a terminologia correta é um passo importante na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao adotar “Pessoas com Deficiência” e rejeitar termos antiquados e estigmatizantes, estamos promovendo respeito, dignidade e inclusão. Vamos todos fazer a nossa parte para garantir que cada indivíduo, independentemente de suas capacidades, possa viver uma vida plena e significativa.

“A opinião deste colunista não reflete, necessariamente, a opinião da RedeTV! Espírito Santo.”

Jornalista, apresentador de tv, empresário, ativista social comprometido com a inclusão, Embaixador da Vitória Down, Idealizador da “Brigada 21”, a 1ª brigada nos bombeiros formada por pessoas com Síndrome de Down do país (quiçá do mundo), e do “Pelotão 21”, o primeiro pelotão do Exército Brasileiro formado por pessoas com Síndrome de Down. É diplomado pela ADESG – Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, no curso de Política e Estratégia, Comendador do 38° Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro e Embaixador, no Espírito Santo, do projeto “Empoderadas” da campeã mundial de Jiu-jítsu e referência nacional no enfrentamento à violência contra a mulher, Erica Paes (Empoderadas – RJ).

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