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Política em Foco

Política: “Simplismo ideológico”

O simplismo ideológico tem arrastado muita gente boa de ambos os lados ao erro. Admiro a disposição e a garra daqueles que realmente lutam por um Brasil livre, mas às vezes falta sensatez política para o exercício de algumas reflexões.
O simplismo ideológico é uma das razões do acelerado empobrecimento da política brasileira

Um ponto crucial que muita gente bem intencionada defende é a batida da renovação política. No entanto, não é com o simplismo ideológico que se alcançará tal prodígio, é preciso raciocinar seriamente e entender que esse processo está longe de acontecer, pois a própria sociedade brasileira já demonstrou diversas vezes que não tem ousadia suficiente e capacidade para promover tal feito. Infelizmente, as convergências e as conveniências políticas e pessoais sufocam os perdidos sentimentos por um novo Brasil.

Outra coisa, renovação política é um processo que dificilmente essa geração verá, devido ao longo e demorado caminho que existe pela frente. Não é simploriamente trocar os atores políticos, derrubar A ou B, é preciso vencer uma robusta teia por trás de toda essa realidade quase intransponível, bem como a renovação dos quadros dos poderes constituídos (Legislativo e Judiciário). Enquanto o povo brasileiro não compreender que o santuário da democracia é o Congresso Nacional e quem realmente representa seus interesses são as câmaras legislativas, o poder executivo continuará com esses traços monárquicos e impositivos.

Outro árduo anseio de boa parte da sociedade é a renovação do judiciário, que não significa impeachmar ou trocar os ministros do Supremo Tribunal Federal, mas mudar e modernizar a mentalidade jurídica do país, respeitar o pensamento plural do direito e libertar as bases de formação, um investimento de longo prazo, contudo, extremamente necessário. O judiciário julga todo mundo e quem fiscaliza e julga os atos públicos dos membros do judiciário? As corregedorias são mesmo suficientes e eficientes, ao ponto de fazer justiça?

Deste modo, defendo a rediscussão e o refazimento político, por acreditar que podemos avançar com inteligência e estratégia para construção de novos rumos, ainda que sejam iniciais. Um ponto que será pauta constante daqui pra frente é a transparência, porém, onde estão os operários da transparência? Não podemos deixar essa missão para quem cria e recria seus benefícios e aumenta seu próprio salário, essa é uma tarefa que a sociedade de forma organizada pode muito bem realizar, acompanhando os orçamentos e rastreando os gastos públicos, desde já.

Enfim, participar da vida pública da nossa cidade, do nosso Estado e do nosso país é fundamental para qualquer iniciativa de mudança e renovação, é um dever republicano e uma reespiritualização política urgente, caso contrário, o simplismo ideológico continuará com cheiro de democracia, mas com aparência farisaicas e práticas ditatoriais, onde uns querem dinheiro e outros querem o poder.

É preciso romper com o romantismo e assumir a maturidade política, assim como exortou o bíblico apóstolo Paulo: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino e discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem e acabei com as coisas de menino”
(1° Coríntios 13.1).

O simplismo ideológico não combina com a maturidade do indivíduo e muito menos com a consciência política do ser.

Weverton Santiago

É natural de Vila Velha – ES, cidade onde reside. Graduado em Teologia e Ciências Políticas, com especialização em pesquisa, comunicação e estratégia política. Já atuou como secretário municipal de Gestão e Planejamento e como coordenador de comunicação parlamentar. Há quase duas décadas estuda e participa dos movimentos políticos do cenário nacional e do Estado do Espírito Santo, com análises e projeções.
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