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Política em Foco

Política: “Vila Velha e seus fenômenos”

Politicamente, por menor que seja, não é uma postura inteligente subestimar nenhum tipo de fenômeno político. Exemplo: "Quem era Arnaldinho Borgo, seis meses antes da eleição de 2020?" Um jovem e ousado vereador com um discurso uníssono e estratégico, o qual o prefeito da época não soube decifrar e conter.
Os fenômenos de cada tempo, aqueles que desceram e subiram na gangorra eleitoral

A verdade é que os subestimados são gestados pelos erros de seus adversários, pela arrogância dos concorrentes e pelo apodrecido fisiologismo, que nunca ganhou uma eleição na cidade. Por isso, é temerário confiar apenas no filtro convencional daqueles que estão perto, aqueles que distribuem o temido beijo falso.

Foi assim, que o menino Arnaldinho, como era pejorativamente chamado pelos “veteranos”, aproveitou como ninguém a chance, soube ler e interpretar o complexo cenário e percebeu que a população de Vila Velha não daria uma nova oportunidade para quem passou ou estava no poder. Naquela disputa, venceu quem teve mais sensibilidade política e capacidade de enxergar e conjugar a cidade e tempo. O discurso saudosista, a fala mansa e o populismo não encantaram a inquieta dúvida dos eleitores vilavelhense, que reprovou a repetição e o cansativo “vamos fazer”.

Hoje, novos fenômenos podem surgir ou não, confundindo qualquer análise precipitada. Agora, neste exato momento, muitos ainda insistem em se apresentar como aqueles que outrora desfilaram na avenida do absolutismo, tentando ser a opção daqueles que ainda não têm opção e sendo ovacionados pela obviedade dos olhos e pelo passageiro calor das mãos. No entanto, esse temporal orgasmo é perigoso e pouco confiável, pois as ruas enganam muito e o mundo virtual é apenas virtual, um meteoro que desce com a mesma força que sobe, um campo tão inseguro que pode ajudar ou afundar A ou B. Não nos esqueçamos: Vila Velha já elegeu o mosquito como prefeito.

Perpassando esses breves apontamentos, em 2024, ano de eleições municipais, o espírito político da histórica cidade canela-verde será novamente confrontado e colocado à prova. Situação e oposição estarão frente a frente no campo dos detalhes, onde os erros mínimos serão amplificados, uma tensão natural que pode ganhar proporções inimagináveis. Vai depender da habilidade daqueles que escrevem e do poder de interpretação daqueles que leem, um jogo que exigirá um gerenciamento singular dos postulantes.

Enfim, não é uma postura inteligente subestimar os fenômenos; eles costumam crescer e vencer quem desdenha da sua força. É bom aprender com quem errou e acertou no passado, o pleito de 2020 não nos deixa enganar.

É natural de Vila Velha – ES, cidade onde reside. Graduado em Teologia e Ciências Políticas, com especialização em pesquisa, comunicação e estratégia política. Já atuou como secretário municipal de Gestão e Planejamento e como coordenador de comunicação parlamentar. Há quase duas décadas estuda e participa dos movimentos políticos do cenário nacional e do Estado do Espírito Santo, com análises e projeções.
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